segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

"O Lenhador e a Raposa"


Nos arredores da Mata Atlântica, no começo do século passado, vivia um pobre lenhador, seu bebê e sua raposa. A ingrata esposa o havia abandonado por não suportar aquela vida difícil; ficara fascinada pelas mirabolantes histórias de um mascate e resolvera seguí-lo mundo afora.
O pobre lenhador precisava trabalhar e não restava outra alternativa, a não ser deixar seu filhinho aos cuidados da raposa. Todas as noites, ao voltar o lenhador para casa, a cena se repetia: a raposa lhe aguardava sorridente e o bebê dormia tranqüilamente no bercinho.
Os vizinhos, miseráveis também, alertavam aquele lenhador sobre o perigo que era deixar o seu bebê aos cuidados de uma raposa. "A raposa é um bicho e quando sentir fome e não encontrar comida, com certeza vai comer o seu filho. É o instinto animal."
O lenhador garantia-lhes que aquela raposa era fiel e que o bebê não corria qualquer tipo de risco. Ele a havia encontrado abandonada na floresta há muitos anos e criara como parte da família.
Os vizinhos, que falavam mas nunca se ofereceram para cuidar do bebê, continuavam alertando o lenhador sobre o perigo que a criança corria. Falavam tanto que acabaram preocupando o pobre homem. Por mais que afirmasse confiar no animal, aquele pai saía para trabalhar com o coração na mão e voltava apreensivo, temendo que alguma coisa realmente pudesse ocorrer com seu filho.
Certa noite, ao retornar à pobre casa, o lenhador encontrou sua sorridente raposa com a boca toda ensangüentada. Tamanho foi o seu desespero que aquele homem não pensou duas vezes. Deu um golpe mortal na raposa com seu machado e correu para o berço. Qual não foi a sua surpresa ao encontrar seu filhinho dormindo tranqüilamente e, aos pés do berço, os restos mortais de uma cobra venenosa.


Assim é a vida, quando temos uma fé firme, temos segurança. Mas quando deixamos as dúvidas, lançadas pelos "amigos", rondarem a nossa fé, somos vítimas de ações precipitadas que poderão ser motivo de eterno remorso. É preciso não fraquejar na fé, para não deixar que aconteça na sua vida o que aconteceu com aquele pobre lenhador.

(desconheço a autoria)